Sejam bem vindos ao nosso Blog! Divulgaremos aqui nossos serviços, casos clínicos, matérias, dicas e curiosidades do mundo animal!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Doença Articular Degenerativa (DAD)


Articulação radio-ulnar de um cão apresentando formação óssea periarticular, consistente com DAD (Universidade da Georgia, 2003)


A Doença Articular Degenerativa é um distúrbio progressivo crônico das articulações que provoca lesão a cartilagem articular e alterações degenerativas e proliferativas nos tecidos periarticulares. Instabilidade articular, trauma e doenças ortopédicas do desenvolvimento são as causas mais identificadas. Os sinais clínicos de DAD são em geral insidiosos no início e restritos ao sistema musculoesquelético, sem sinais sistêmicos associados. Claudicação e rigidez podem ser no início evidentes apenas por períodos de esforço excessivo e podem piorar com o frio e a umidade. Cães acometidos de forma leve podem apresentar melhora da claudicação com o exercício. À medida que a DAD progride, a fibrose e a dor levam a diminuição da tolerância ao exercício, claudicação constante e, em casos graves, atrofia muscular. Tanto uma quanto várias articulações podem ser acometidas. 

O diagnóstico é baseado em histórico, achados do exame físico e nos aspectos radiográficos característicos (efusão articular, esclerose do osso subcondral, estreitamento de espaço articular, formação de osteófitos periarticulares, etc.). O achado clínico pode revelar dor na articulação, diminuição da amplitude do movimento, crepitação na flexão e extensão articular e as vezes edema articular apreciável. Uma condição predisponente é frequentemente identificada, como trauma, ruptura de ligamento de suporte, má conformação ou deformidade congênita. Animais com DAD não exibem febre, leucocitose ou prostação, comumente vistas em animais com doença articular inflamatória. 

O objetivo do tratamento é aliviar o desconforto e prevenir degeneração adicional. A intervenção cirúrgica pode ser necessária para estabilizar a articulação ou corrigir deformidade e aliviar desconforto. A redução de peso pode diminuir a carga de estresse que atua na articulação. O repouso ajuda a diminuir o desconforto associado às exacerbações agudas da doença. Exercícios de alto impacto devem ser evitados, enquanto exercícios de baixo impacto, realizados com moderação, como natação e andar com guia, são recomendados para manter a força e mobilidade do animal. Alguns exercícios de fisioterapia também são benéficos. 

Tratamentos medicamentosos diminuem a degradação da cartilagem articular, inibem a liberação de mediadores inflamatórios e controlam a dor. Os antiinflamatórios não esteroidais (AINEs) são recomendados por seus efeitos analgésicos e anti-inflamatórios. É preferível a escolha de uma droga que iniba COX-2 com relativa proteção COX-1 pois fará o controle da inflamação, resultando menos danos à mucosa gástrica ou toxicidade renal. Agentes condroprotetores orais e injetáveis (sulfato de condroitina, glicosamina), podem melhorar a atividade biossintética da cartilagem, diminuir a inflamação sinovial e inibir as enzimas degradativas intra-articulares. Em teoria, para se alcançar o máximo de benefício de todos os produtos, esses devem ser administrados antes da instalação da DAD. Portanto, podem ser indicados para o tratamento de cães que sofreram trauma ou submetidos a cirurgia sabidamente causadores de lesão a cartilagem articular.


Qualquer alteração em seu animal, procure um Médico Veterinário.




Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Então é Natal!!!


Nossas cestas estão lindas e aguardando os sorteados!! Quem será o lindo cãozinho e o lindo gatinho que irá ganhar??? Nosso sorteio será realizado dia 23/12/2010. Postaremos aqui os vencedores!!

Boa sorte!!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Cardiomiopatia Dilatada Congestiva (CDC)




É uma doença miocárdica primária que é caracterizada pelo aumento de tamanho das câmaras cardíacas, disfunção contrátil sistólica e sinais clínicos de insuficiência cardíaca congestiva (ICC). A etiologia não é muito bem entendida, alguns citam predisposição familiar, outros citam lesões miocárdicas produzidas por diferentes agressões, possibilidades de fatores nutricionais como a deficiência de carnitina, até possibilidades de agentes virais ou de hipotireoidismo. A deficiência de contratilidade é o mecanismo desencadeante de todas as respostas clínicas, resultante das alterações do transporte de cálcio, ocasionando arritmias cardíacas, redução do débito cardíaco e da pressão arterial. Algumas formas clínicas especiais tem sido descritas em algumas raças de cães de grande porte  como, Doberman, Boxer, nesses animais apresenta-se na sua forma clássica, com aumento de tamanho do átrio e ventrículo esquerdos. Muitos animais sobrevivem de forma assintomática por longos períodos de tempo até surgimento dos sinais clínicos de edema pulmonar, efusões (ascite), fraqueza, letargia, sonolência, caquexia cardíaca, alguns animais tendem a apresentar sinais agudos síncope, dispnéia e choque cardiogênico. O diagnóstico é baseado em histórico clínico sugestivo associado a predisposição racial, sinais clínicos de insuficiência cardíaca, alterações à ausculta cardíaca (arritmias, sopros), radiografia torácica, eletrocardiografia e ecocardiografia. O tratamento depende do tipo de insuficiência cardíaca, mas geralmente é baseado em repouso, dieta hipossódica, diuréticos, inotrópicos positivos, vasodilatadores, antiarrítmicos, etc. 

Qualquer alteração em seu animal, procure um Médico Veterinário.



Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sarna Sarcóptica (escabiose canina)



A escabiose canina, também conhecida como sarna sarcóptica é uma doença infecto contagiosa, causada pelo parasita Sarcoptes scabiei, que provoca escavação superficial da pele. Pode infectar humanos e gatos, é comum ocorrer em animal com histórico prévio de permanência em abrigos de animais, contatos com cães de ruas ou visitas à exposição. Produz substâncias alergênicas que provocam reações de hipersensibilidade intensamente pruriginosa (coçeira) em cães saudáveis ou filhotes. A transmissão é feita através de contato direto, ambientes contaminados, fômites (escovas, caminhas, etc) e o início dos sintomas podem aparecer em até 3 meses. As lesões  mais comuns incluem prurido intenso à grave, pápulas, crostas, hiperceratose, escamação, eritema, escoriações, alopecia (queda do pêlo). Inicialmente as regiões com menos pêlos é atingida, jarretes, cotovelos, extremidades de pavilhão auricular, região ventral do abdomen, tórax e axilas. Nos casos crônicos as lesões podem se espalhar pelo corpo, resultando em infecções secundárias, perda de peso e debilidade. 

O diagnóstico é baseado em histórico, sinais clínicos, resposta ao tratamento com escabicidas, reflexo oto-podal (esfregação da borda da orelha entre o polegar e dedo indicador resulta em um ato de coçar) é altamente sugestivo de escabiose, a microscopia com raspados de pele em regiões de lesões também é indicada, porém podem ocorrer falsos-negativos, nem sempre encontra-se o ácaro na lâmina. 

O tratamento é feito com banhos escabicidas (amitraz, monossulfiram), o uso de xampus anti-sépticos, anti-seborréicos ou anti-fungicos é necessário para remoção de crostas ou casos de infecções secundárias, necessário também tratamentos tópicos associados (fipronil, selamectina, moxidectina) e medicações anti-parasitárias (ivermectina) injetáveis ou orais. No caso de infecções secundárias fazer tratamento associado. É importante fazer a desinfecção do ambiente (canil, quintal, abrigos) com parasiticida, pois o parasita é altamente contagioso e pode infectar ocasionalmente humanos e gatos.

Qualquer alteração em seu animal, procure um Médico Veterinário

Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Carrapatos e seu controle

Rhipicephalus sanguineus
Carrapatos são artrópodes da ordem ácaros, ectoparasitas hematófagos, responsáveis pela transmissão de doenças aos animais e humanos.Seu habitat é geralmente aonde existem seres humanos e animais (pois se alimentam de sangue). Existem várias espécies de carrapatos, porém a de maior relevância para nós clínicos de pequenos animais é a espécie Rhipicephalus sanguineus. Este tipo de carrapato tem como hospedeiro preferido o cão, podem também parasitar outros tipo de animais domésticos. As fêmeas podem por 200 a 3000 ovos por dia. Estes carrapatos na fase adulta podem sobreviver até 19 meses. Suas infestações nos cães podem provocar leves irritações e até severas anemias, pode atacar qualquer parte do corpo, porém é mais comum orelhas, membros e regiões interdigitais, é considerado o principal transmissor da Erliquiose e Babesiose canina, doenças graves que podem matar, se não diagnosticas precocemente. 

O controle contra carrapatos deve ser feito com carrapaticidas eficazes (sprays, pipetas, banhos pulverizadores), a repetição destes produtos podem ser mensais ou até quinzenais no caso de grandes infestações. São eficazes:
Frontline plus (carrapatos e pulgas)
Advantage max 3 (carrapatos, pulgas e moscas)
Promeris Duo pipeta (carrapatos e pulgas)
Fiprolex (carrapatos e pulgas)
Estes produtos matam os carrapatos que estiverem no corpo do animal pela ação de contato.

Existem as coleiras carrapaticidas que são boas opções também, estas podem ser deixadas por meses, porém só matam quando o carrapato picar o animal. Gosto de indicar a Kiltix (Bayer) pela durabilidade e eficácia, a Scalibor (age também contra o mosquito transmissor da Leishmaniose) e a Preventic (um pouco menos duradoura, porém eficaz).

Além do controle no animal é fundamental o controle no ambiente em que ele vive, através de pulverização com produtos piretróides, é aconselhável retirar o animal do ambiente, para não correr o risco de intoxicação, deve-se ter cautela para uso destes produtos, pois podem ser tóxicos para nós e para o animal. Estes carrapatos gostam de lugares altos, janelas, frestas de portas, cantos de paredes, deve-se pulverizar todos estes locais, inclusive a casinha do animal e grama. O uso de vassoura de fogo também é muito eficaz para o ambiente externo, sua vantagem é de não apresentar riscos de intoxicação.

O controle rotineiro eficaz no animal e no ambiente combate o ectoparasita. Qualquer alteração como falta de apetite, apatia, fraqueza, procure um Médico Veterinário.



Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Hipertensão Arterial (HTA)


A determinação da pressão arterial (HTA) deveria ser parte da rotina na clínica veterinária. A hipertensão arterial é denominada por uma elevação persistente de pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD), ou de ambas em relação aos valores normais, segundo raça, sexo e outros fatores. Na Medicina Veterinária, diferente da Medicina Humana, é raro a presença de HTA primária. A maioria corresponde a uma causa secundária. Entre as causas secundárias de HTA estão: hipotireoidismo (hipercolesterolemia), insuficiência renal crônica, hipertireoidismo, hiperadrenocorticismo, diabetes, obesidade, etc. O animal com HTA prolongada poderá apresentar uma série de distúrbios como alterações oculares, cardiológicas, danos ao SNC, etc. Como a maioria dos casos de HTA em animais ser consequência de outros problemas, o objetivo é solucioná-los para normalizar a pressão arterial. A terapia anti-hipertensiva deve ser feita em animais com HTA confirmada, após várias mensurações e em casos confirmados de afecções em diferentes sistemas. Os protocolos utilizados na veterinária são os mesmo do homem. Além de terapia medicamentosas é importante fazer controle de peso, dietas hiposódicas, evitar fármacos que aumentem a pressão arterial como glicocorticóides e anfetaminas. 

Oferecemos o serviço de aferição da pressão arterial. Agende já uma visita. Cuide da saúde e seu pet!




Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Hiperadrenocorticismo (Sindrome de Cushing)



O hiperadrenocorticismo é uma das doenças endócrinas mais diagnosticadas em cães, ocorre  por  transtornos das glândulas adrenais (produtoras de glicocorticóides). É uma doença que resulta  da produção ou a administração excessiva de glicocorticóides (cortisol), ou seja, pode ser espontâneo ou iatrogênico. O cortisol apresenta diversos efeitos no organismo, entre eles no metabolismo dos carboidratos, metabolismo proteico, metabolismo de gordura e efeitos antiinflamatórios As causas espontâneas mais comuns são: Hiperadrenocorticismo hipófise dependente, que ocorre em > 80% dos cães, devido secreção inapropriada de ACTH pela hipófise, que resulta na hiperplasia bilateral das adrenais, grande parte de cães com este tipo de hiperadreno apresentam um tumor na hipófise. No hiperadrenocorticismo adrenal-dependente as causas são geralmente por tumores adrenais uni ou bilaterais, estes podem ser benignos ou malignos. Existem também alguns relatos de casos de hiperadreno hipófise-dependente, que apresentaram tumor adrenal. As causas iatrôgenicas são por aplicações excessivas e prolongadas de corticóides, porém essas causas são mais incomuns. É uma doença mais comum em animais de meia-idade, as raças Poodles, Dachshunds, Yorkshires, tem maior risco de adquirir a doença. Os sinais clínicos mais comuns são, polidipsia e poliúria (aumento da ingestão de água e frequência urinária), polifagia (aumento de apetite), distensão abdominal (abdômen em barril), atrofia/ fraqueza muscular, alterações dermatológicas (pele fina, sem elasticidade), atrofia testicular, etc. O diagnóstico é baseado em sinais clínicos, exames laboratoriais (hemograma, urinálise, bioquímico, hormonais), imagens (ultrassonografia,  radiografias, tomografia). Os tratamento utilizados para hiperadrenocorticismo geralmente, produzem efeitos colaterais importantes para o animal, o animal deve ser monitorado constantemente ao receber o tratamento. Os produtos mais utilizados são: mitotano, trilostano, cetoconazol, ciproeptadina. Procedimentos cirurgicos de adrenalectomia para tumores das adrenais. A média de sobrevida de animais tratados em um estudo foi de 30 meses. 


Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Hiperplasia prostática benigna (cães)



A hiperplasia prostática benigna é comum em cães, e acomete mais frequentemente machos inteiros e idosos. Ocorre por estímulo androgênico, que resulta em aumento da prostáta. A hiperplasia prostática benigna geralmente é descoberta acidentalmente durante consultas rotineiras em animais idosos, normalmente é subclínica. Quando apresenta sinais clínicos os mais comuns são tenesmo e gotejamentos de sangue prostático através da uretra na ausência de urina, hematúria e hemospermia. O diagnóstico e baseado em sinais clínicos, radiografias (confirma prostatomegalia), ultrassonografia (acometimento é difuso e simétrico) e palpação da próstata. O tratamento de escolha é a castração para animais que apresentam sinais clínicos, ocorre a involução da próstata após algumas semanas do procedimento (se retira a fonte de andrógenos). Para cães de reprodução que não podem ser castrados, existem fármacos antiandrogênicos, porém a resposta não é eficiente como da castração, os resultados acabam sendo temporários e há recidivas após alguns meses, e o uso desta terapia pode induzir uma metaplasia escamosa da próstata. Existem também tratamentos com progestágenos, porém resultados mostram que o único tratamento eficiente é a castração. Leve sempre seu animalzinho ao médico veterinário, as chances de se diagnosticar doenças precoces são maiores e assim ele terá melhor qualidade de vida.


Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Urolítiase (Gatos)


Grande parte dos atendimentos realizados em gatos são por urolítiase. Urolítiase é a presença de urólitos nas vias urinárias, que podem desencadear desarranjos como obstrução uretral e infecção do trato urinário. Urólitos são formados devido altas concentrações de minerais da dieta, fator da idade, sexo, pH favorável (o tipo e a frequência da dieta podem interferir no pH urinário, predispondo a formação de urólitos) baixo consumo de água e confinamento. Estruvita e oxalato de cálcio são as causas mais comuns de urólitos em gatos. Aproximadamente 45% em gatos são de estruvita, a maioria são formados na bexiga dos gatos jovens, em urina estéril e são alcalinos, podem produzir tampões uretrais e ocasionar obstrução, o principal mineral envolvido é o magnésio. É mais comum em gatos machos, devido o tamanho e o diâmetro da uretra. Os urólitos de oxalato de cálcio respondem também por, aproximadamente 45% dos urólitos em gatos e podem ser mais comum também em gatos machos castrados, do que em fêmeas, a prevalência é maior em idosos e ocorrem mais frequentemente nos rins do que os urólitos de estruvita. Urólitos de oxalato de cálcio vem se tornando mais prevalentes em gatos, isso pode estar associado ao uso de dietas acidificantes, desenvolvidas para prevenir urólitos de estruvitas. O diagnóstico de urolítiase é baseado em histórico, sinais clínicos, o gato apresenta distúrbios de micção (dificuldades de urinar, gotejamento, sangue na urina, apresenta  posição de urinar, porém não consegue), apatia, anorexia, sensibilidade abdominal, vômitos devido azotemia, exames laboratoriais e imagens também são necessários. O tratamento é feito através de cateterização uretral (cuidadosamente para não causar uretrite). Dependendo da gravidade da obstrução, poderá ser cirúrgico. A recidiva pode acontecer se não houver mudanças no manejo nutricional, equílibrio hídrico - certificar-se que o animal tem acesso e ingere água. Qualquer alteração em seu animal procure um Médico Veterinário. Também pode ocorrer urólitos de urato, estes correspondem a aproximadamente 5% dos casos. A presença de urólitos pode ocasionar infecção do trato urinário, na maioria das vezes por Staphylococcus sp. A obstrução uretral produzida por urólitos pode ser grave e fatal se for completa, portanto se trata de caso emergêncial.


Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A nutrição no paciente com câncer


Pacientes com câncer tem alterações metabólicas que resultam em alterações clínicas. A perda de peso é com frequência uma das características da doença, sendo proveniente do catabolismo muscular e gorduroso. A anorexia é um dos componentes mais importantes na gênese da caquexia cancerosa . Ela pode ser consequente à redução da percepção de sabor e olfato, satisfação precoce à ingestão alimentar, resposta a peptídeos orexígenos e produção de citocinas. A caquexia ocorre devido as alterações em citocinas, alterações hormonais, metabolismo de carboidratos, proteínas, gorduras e metabolismo energético. 

A terapia nutricional é um componente importantíssimo no tratamento do paciente com câncer, em especial nos caquéticos. Os objetivos do suporte nutricional são de prevenir ou corrigir deficiências nutricionais, minimizar os efeitos secundários do tratamento, melhorar qualidade de vida e sobrevida do animal e auxiliar na recuperação da condição corpórea.

-Proteínas: sua elevação aumenta o fornecimento de aminoácidos, com objetivo de permitir que o animal atenda ao catabolismo proteíco e consiga manter sua massa muscular quando se encontra magro ou caquético. Requerimento 30 a 45% (cães) e 40 a 50% (gatos) na matéria seca.
-Carboidratos: muitos pacientes apresentam intolerância aos carboidratos que ocasionam hiperglicemia e hiperinsulinemia.  Devido a essas alterações metabólicas é indicado a redução na dieta. Requerimento > 2,5% na matéria seca.
-Gorduras: composto com maior digestibilidade e teor energético da dieta. Importante em pacientes com câncer. O fornecimento de alimentos com alta energia faz com que mais facilmente os animais consigam ingerir calorias suficientes para manterem o equilíbrio calórico positivo.  O requerimento é de 25 a 40% na matéria seca
-Fibra bruta: as fibras são importantes pois mantém um adequado funcionamento intestinal. O requerimento é de  > 2,5% na matéria seca.


Nutracêuticos importantes para dieta :
- Arginina - a arginina é um aminoácido essencial que ajuda na modulaçao do sistema imune e juntamente com Omega 3 melhora os sinais clínicos e qualidade de vida em cães.
- Glutamina - a glutamina é um aminoácido não essencial que é reduzido no paciente com câncer. Sua suplementação estabiliza a perda de peso, melhora o metabolismo proteíco, regula a função da barreira intestinal, entre outros. 
- Omega 3 -  traz muitos benefícios ao paciente oncopata, ele inibe e reduz o crescimento de linhagens neoplásicas; modula a secreção de citocinas; reduz a vascularização de tumores sólidos, reduzem os feitos da quimioterapia, etc. Já o Omega 6 não é indicado pois aceleram o crescimento tumoral e aparecimento de metástases.

Uma dieta balançeada corretamente para o paciente com câncer, influencia de modo positivo o funcionamento do sistema imune e metabólico, a capacidade cicatricial, a resposta ao tratamento quimioterápico ou cirúrgico, etc. Colaboram para a redução da caquexia e melhoram a qualidade de vida e longevidade do paciente.


Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A dor no paciente com câncer


A incidência de animais e humanos com câncer vem aumentando constantemente. Provavelmente este aumento está relacionado aos seus hábitos de vida, cultura, genética e exposições aos fatores ambientais. Dar a notícia ao proprietário que seu animal tem câncer, na maioria das vezes acaba sendo uma situação triste, embaraçosa, delicada e incerta. As causas, são, geralmente o paciente é idoso,  é uma doença que não tem cura (controle), a terapia com quimioterapia e cirurgia nem sempre serão satisfatórias, que a sobrevida do animal dependendo do câncer é curta. Quanto mais precoce for diagnóstico, maiores são as chances de metástase (proliferação para outras áreas), mesmo sendo um desafio o diagnóstico precoce.  O controle da dor é um fator relevante no manejo do paciente com câncer.
Sabe-se que 70% de todos os pacientes com câncer avançado têm a dor como principal sintoma, e mais de 50% dos pacientes em tratamento referem dor, 100% dos pacientes sofrerão dor em algum momento de seus tratamentos seja em função da doença ou por procedimentos invasivos. (Joint Comission on Accreditation of Healthcare Organizations - 2001)
 O impacto da dor no paciente com câncer afeta a qualidade de vida, um animal com dor crônica ou aguda conseqüentemente apresentará: distúrbios afetivos (ansiedade, depressão, psicoses), limitações de suas atividades físicas, stress (a resposta ao stress leva a aumento do catabolismo protéico, perda de albumina, gordura e massa muscular, caquexia) e alterações do sistema imune.
As principais neoplasias associadas à dor e que requerem devido controle são: neoplasias ósseas, neoplasias de seios nasais, neoplasias pulmonares e torácicas, neoplasias mamárias, neoplasias de orofaringes, neoplasias de tecidos moles, sarcomas e neoplasias cutâneas).
A capacidade de identificar a dor e seus estágios, a correta terapia para o controle (doses, freqüência, escolha da medicação), terá como resultados melhores qualidades de vida e longevidade do animal.

Qualquer alteração em seu pet procure um Médico Veterinário

Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Parvovirose (Teco)



Olá ! Esse pequeno e lindo é o Teco, um mestiço de Fox Paulistinha de 7 meses de idade. Ele foi atendido na clínica SFA. Chegou debilitado, apresentando diarréia sanguinolenta, vômitos, desidratação grave, caquexia, anorexia, dor abdominal, linfonodos aumentados e febre. O diagnóstico de parvovirose foi confirmado através de exames laboratoriais, histórico e exame clínico. Com a terapia intensiva (fluidoterapia, polivitamínicos, antibioticoterapia, probióticos) ficou internando durante 3 dias. Graças a São Francisco de Assis ele respondeu positivamente ao tratamento, evolui muito bem e se recuperou da doença, ele já está em casa, aprontando todas e já ganhou peso! Agora a próxima etapa e regularizar o esquema de vacinação do Teco. 

A parvovirose é uma doença gravíssima, que pode ser evitada através de vacinação!

Vacine seu Pet!


Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

DAP (Dermatite alérgica à picada de pulgas)


Uma grande porcentagem dos animais que frequentam a clínica apresentam problemas dermatológicos alérgicos. A grande dificuldade quando nos deparamos com um animal alérgico é descobrir exatamente a o que ele é alérgico, ele pode ter outras doenças concomitantes (atopia, hipersensibilidade alimentar), por isso a necessidade de exclusão e manejo ambiental é imprescindível. Uma alergia de grande importância é a DAP, a saliva da pulga contém mediadores alérgicos, que resulta em hipersensibilidade (há uma alteração na produção de anticorpos Ige, o que leva a explosão de mastócitos que libera citocinas, histaminas resultando em prurido). Essa dermatite é não sazonal, ou seja, o animal pode apresentar o ano todo. Os sinais clínicos clássicos são prurido crônico moderado a grave com lesões auto-induzidas, lesões em linhas dorsais (lombo-sacrais, perianais), pode-se levar a dermatite úmida aguda secundária, dipilidiose (a pulga é parasitada por um verme que ao ingerida pelo cão pode desenvolver verminoses). O diagnóstico é baseado em histórico e exame clínico.O tratamento é feito com terapia antipruriginosa, tópico adulticida no animal (fipronil, imidacloprida) adulticida e controlador do crescimento no ambiente, controle dos contactantes, coleiras pulgicidas (lembrando que elas não matam por contato, o artrópode precisa picar para morrer, portanto ele é um produto de manutenção, deve ser associada à produtos tópicos ou orais). A recidiva é muito comum, portanto o controle do ectoparasita ambiental e animal deve ser feito rotineiramente. Se com o tratamento adequado persistirem as lesões e pruridos é de extrema importância o diagnóstico diferencial para outras doenças alérgicas (atopia, hipersensibilidade alimentar).


Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Quer concorrer??


À cada procedimento seje clínico ou de banho e tosa, seu pet concorre há uma linda cesta de Natal recheada de coisas boas!! E quanto mais serviços ele fizer mais chances ele tem de ganhar!!! Não perca tempo, traga o já e faça o Natal de seu pet mais gostoso!


"Profissionalismo e amor aos animais é na Clínica Veterinária São Francisco de Assis"


Data do sorteio: 23/12/2010
Informações: 019-3837 3730

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Otite (inflamação do ouvido)


Na prática veterinária, a otite é uma das enfermidades mais diagnosticadas nos cães.

 
A otite externa é um distúrbio multifatorial que afeta a qualidade de vida de cães e gatos. O pavilhão auricular pode se apresentar eritematoso,      ulcerado, erosivo, com hiperqueratose, crostas, etc.  São diversas as causa primárias entre elas: doenças cutâneas; traumas (lesões ou uso inapropriado de instrumentos no ouvido, cotonetes, o arrancar de pêlos que pode causar inflamação e infecção); ácaros do ouvido; carrapatos e pulgas; corpo estranho; pelos ectópicos. O tratamento varia muito em cada paciente, as condições dermatológicas que afetam o canal auditivo, tornam susceptível a otite externa. A correção do fator primário, a citologia do exsudato, uso de antiinflamatórios esteróides, antibioticoterapia, lavagens do ouvido são as bases de tratamento.

A otite média na maioria das vezes é conhecida como causa recorrente da otite externa (sequela).A ruptura iatrogênia do tímpano durante a limpeza pode levar a otite média inflamatória, o tímpano geralmente cicatriza em 3 semanas (dependendo da gravidade da otite média pode-se não cicatrizar completamente). É muito comum o animal balançar e coçar a cabeça para aliviar a dor causada pela otite média. Alguns pacientes ficam relutantes em abrir a boca, isso se deve a inflamação, inchaço e dor na bula. Quando a otite média afeta os nervos que passam pelo ouvido médio, o paciente pode apresentar Síndrome de Horner. O tratamento é baseado em antibioticoterapia sistêmica, antiinflamatórios esteroidais, medicamentos otológicos e avaliações semanais. A citologia e cultura bacteriana pode ser útil.


A otite interna é uma causa comum de doença vestibular em cães, geralmente é o resultado da extensão da infecção do ouvido médio. Ocasionando disfunção vestibular resultando em uma variedade de sinais clínicos como inclinação da cabeça, andar em círculos, nistagmos e estrabismo. Podendo ser periférica ou central. O tratamento é feito com antibioticoterapia a longo prazo 3 a 6 semanas, com boa penetração, amplo espectro, não ototóxicas, com avaliação periódicas durante o período de tratamento.

--->Cockers Spaniels tem maiores predisposições para adquirirem otites e um dos fatores é o aumento relativo da glândula ceruminosa em relação a outras raças, a posição das orelhas que são caídas e as respostas diferentes à condição primária da patologia que causa otite externa. 

Fique atento a qualquer alteração em seu animal.


Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

sábado, 30 de outubro de 2010

Cinomose

A Cinomose é uma doença viral nfecto-contagiosa que acomete cães domésticos e canídeos silvestres, principalmente filhotes, pela falta de imunização. O vírus da cinomose é um paramixovírus, que afeta o SNC dos cães. A transmissão é feita por contato direto, pelo ar, ou fômites. Os sinais clínicos são variáveis, depende-se da virulência da cepa viral, das condições ambientais, idade e estado imunológico. Podendo ser generalizados e graves em filhotes não vacinados. Na maioria das vezes os primeiros sinais são secreção nasal ou ocular,  tosse seca, podendo se resultar em pneumonia. Cães acometidos apresentam depressão, inapetência e com frequência febre, diarréia pode ocorrer, pústulas abdominais, hiperceratose de coxins e narinas é comum.
Hiperceratose narinas
Os sinais neurológicos se desenvolvem geralmente 1 a 3 semanas depois da recuperação sistêmica, e a evolução para o quadro neurológicos, vai depender da imunidade do animal, não necessariamente todos os casos irão evoluir para o quadro neurológico, isso depende de cada caso e da resposta de cada animal, já atendi pacientes que não evoluíram para o quadro neurológico e já atendi pacientes que evoluíram diretamente para o quadro neurológico sem envolvimento respiratório, quanto antes o diagnóstico, maiores as chances do animal. Os acometimentos neurológicos são convulsões, demência, desorientação, tetraparesia, ataxia e doenças cerebelares vestibulares. As convulsões podem ser de vários tipos, porém as mais comuns são as generalizadas. A mioclonia (contrações musculares repetitivas) é comum em cães com encefalomielite pela doença. Pode-se observar uveíte anterior em alguns cães. Animais idosos podem desenvolver encefalomielite crônica meses ou anos após se recuperarem de uma infecção pelo vírus da cinomose, apresentando tetraparesia, disfunção vestibular sem sinais sistêmicos o diagnóstico se baseia em histórico, exame clínico e exames laboratoriais como hemograma que pode estar normal ou revelar linfopenia grave, ou detecção de corpúsculos em eritrócitos e linfócitos circulantes. Aconselha-se a realização do PCR (pesquisa do vírus no sangue) caso hemograma resulte em normal. 
Quadro convulsivo
O tratamento é baseado nos sinais clínicos, antibióticos para quadros infecciosos secundários, polivitamínicos, imunoestimulantes, terapias anticonvulsionantes para controle das convulsões e outros tratamentos neurológicos. O importante  é conseguir manter a imunidade do animal para não haver complicações e consequentementes óbitos. A prevenção é feita através de corretos esquemas de vacinação quando filhotes e adulto. Animais curados podem eliminar o vírus por meses, portanto a vacinação de todos os animais da residência é importante. O vírus não resiste por um ano no ambiente como ouvimos por aí, ele é sensível ao hipoclorito de sódio (água sanitária). A desinfecção do ambiente é fundamental para a colocação de novos animais.


Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Pseudociese (falsa prenhez)


A falsa prenhez ou pseudociese é um fenômeno clínico no qual a fêmea que não está prenhe exibe comportamento maternal, tal como aninhamento, adoção de objetos, desenvolvimento das mamas e lactação. É incomum em gatas. Ocorre em cadelas com ciclos intactos, devido a picos de prolactina (produção de leite) e quedas de progesterona  (hormônio da gestação),  na fase após cio quando não há fecundação. É considerado normal nas cadelas se tiver a duração de 2 ou 3 semanas. Não está associada a qualquer anormalidade reprodutiva, existe alguma predisposição individual para o desenvolvimento da falsa prenhez, além disso fatores nutricionais influenciam a ocorrência. Geralmente não requer tratamento, os sinais desaparecem, estimulação das mamas ou lambeduras podem provocar aleitamento pela própria cadela. Quando o tratamento for necessário, drogas que inibem a liberação de prolactina são eficazes para diminuição do leite e do comportamento gestacional. Não é recomendada a realização da castração na fase de diestro, pois pode desencadear falsa prenhez devido a remoção dos ovários (fonte de progesterona). Nem se recomenda fazer a castração no período da falsa prenhez, pois poderá resultar em períodos mais prolongados. Se os sinais clínicos persistirem por mais tempo que o esperado 2 ou 3 semanas, a cadela deverá ser avaliada para hipotireoidismo. Procure um Médico Veterinário ao perceber qualquer anormalidade em seu animal.



Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Dermatite Psicogênica


Dermatite psicogênica (lambedura), é uma desordem cutânea comum em cães e gatos. O animal desenvolve um ato de se lamber compulsivamente, a ponto de se auto-mutilar, pode ocorrer em qualquer parte do corpo, porém o local mais afetado são as patas. Há indícios de que o estresse afeta a produção de alguns hormônios que levam a esse comportamento.  Os fatores desencandeantes mais comuns são: confinamento, tédio, estresse, falta de atenção, depressão induzida por falta de membro ou outro animal da família, mudança de ambiente, introdução de pessoas novas na família, ou de novo animal. Todas essas questões acima citadas resultam em insatisfação e ansiedade. Existem também fatores  traumáticos, escovação, higienização excessiva, etc. Como a saliva do animal é muito contaminada, há introdução de bactérias na pele, resultando em dermatite bacteriana (com presença de pus). Antes de iniciar o tratamento, temos que corrigir a causa primária, para que não ocorra recidivas (não adianta tratar a ferida e ignorar o lado emocional). O diagnóstico é baseado em histórico, sinais e exclusão de outras enfermidades dermatológicas. Se seu animal apresenta comportamentos semelhantes, procure o Médico Veterinário pois ele é capacitado para tratar e descobrir a causa do problema.


Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Giardíase


Giardíase é uma doença comum em cães, gatos e humanos. Se trata de uma zoonose, portanto, sua prevenção e tratamentos é imprescíndivel para o bem estar de sua família e de seu animal de estimação. A giárdia é um protozoário que infecta o intestino delgado de animais e humanos causando danos a células da mucosa ocasionando diarreía. As fontes de infecção mais comum são as fezes e água contaminada. A transmissão oral-fecal ocorre entre animal e homem. A giardíase na maioria das vezes é subclínica (assintomática) em animais adultos, porém em animais jovens pode ser severa e os principais sinais são diarréia fétida (pode conter gosma), vômitos, dor abdominal, desidratação, perda de peso, etc. Sinais estes semlhantes aos de gastroenterites virais ou bacterianas e até mesmo de outro parasita. É muito importante saber diferenciá-la das outras enfermidades. O diagnóstico é feito através de exame de fezes específico, verificando a presença de cistos ou trofozoítas, como a eliminação do agente é intermitente, orienta-se examinar três amostras, colhidas em dias consecutivos. No tratamento a desinfecção do ambiente é muito importante, pois se feito o tratamento sem a desinfecção o animal poderá se contaminar novamente (muito comum, mesmo com tratamento). A medicação de escolha será baseada no estado do animal, geralmente antiprotozoários e agentes quimioterápicos. Já existe no mercado vacinas contra giardíase, um estudo revelou que a vacina estimula o organismo do animal a resistir ao parasita, sendo efetiva em longo prazo para o controle desta enfermidade.



Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Insuficiência Renal (cães e gatos)


Os rins são responsáveis pela filtração do sangue através da excreção de substâncias tóxicas, manutenção de níveis adequado de água e sal no organismo, equilíbrio ácido-básico, e outros. A Insuficiência Renal (IR) é uma doença gravíssima a qual impossibilita o rim de exercer suas funções. É classificada em aguda (IRA) e crônica (IRC) . A insuficiência renal aguda se instala rapidamente, acometendo animais de qualquer idade e em determinadas circunstâncias. Venenos, anticongelantes, alguns medicamentos, cálculos e infecções bacterianas podem danificar o rim e ocasionar IRA. A insuficiência renal crônica se desenvolve gradualmente podendo acometer animais idosos, portadores de diabetes e câncer, em casos mais incomuns pode ser congênita (o animal nasce com defeitos nos rins). A insuficiência renal é classificada em pré-renal, renal e pós renal. A pré renal ocorre quando o sangue chega em volume insuficiente nos rins (choque, desidratação). A renal é quando a doença está no próprio rim (glomerulonefrites, pielonefrites e nefropatia diversas). A pós renal ocorre quando há obstrução na saída da urina, exemplos cálculos renais ou vesicais. Os sintomas mais comuns de IR são vômitos, halitose, úlceras na boca (devido o aumento da uréia, enzima que se elevada é tóxica para o organismo) aumento da ingestão de água, aumento da frequência urinária (IRC), no caso de IRA o animal para de urinar. O diagnóstico da insuficiência renal é feito através de exames (hemograma, bioquímico renal, urina), ultra-sonografia e baseado nos sintomas. Na IRA tratando a causa primária consegue-se reverter o quadro de IR. Já para IRC não existe tratamento, mas sim controle através de fluidoterapia, mudança de dieta (diminuiçào de proteínas) e hemodiálise. Animais controlados vivem muito bem durante anos, podendo apresentar crises esporadicamentes. Procure um Médico Veterinário ao notar qualquer alteração em seu animal.


Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O Desmame



Desmame é definido como a transição da dieta líquida que os filhotes ingerem durante a lactação, para a dieta sólida e diversificada da qual deverá alimentar-se o animal adulto. Para isso há que, de um lado fazer com que a cria se desabitue a mamar e, de outro, conseguir que ingira uma dieta progressivamente mais sólida. Não só se trata de administrar uma simples dieta de substituição, mas também de cumprir uma etapa complexa de crescimento. Algumas circunstâncias naturais contribuem para o desmame, dentre elas a dentição e as unhas dos filhotes que machucam e incomodam a mãe que não os deixam mamar nas mesma quantidade de antes, fazendo com ela se afaste da ninhada. Com isso, um menor estímulo e demanda provocam a menor produção do leite. Em condições normais o desmame é realizado entre a quarta e quinta semana de forma que entre a quinta e a sexta  semana as crias comam durante o dia e mamem somente à noite. Gatos costumam ser mais precoces (próximo da terceira semana).A lactação tem além do aspecto nutritivo, componentes sociológicos e de comportamentos. Mais do que a idade é importante que seja progressivo e sufcientemente lento para permitir a adaptação do aparelho digestório e do organismo em geral. Um desmame abrupto ou precoce podem gerar problemas para o filhote (manias de sucção sobre tecidos ou objetos, problemas na conduta de relacionamento). Feito o desmame é imprescindível continuar com condutas de manejo e higiene, pois nesta fase o filhote enfrenta a socialização, a transição alimentar e novos riscos infecciosos. Assim que o fizer procure um Médico Veterinário para orientação sobre vacinação e vermifugação.


Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O período neonatal


Período neonatal é a fase do nascimento até o abertura dos olhos (geralmente até a segunda semana de idade). Tanto os cães quanto os gatos nascem com os olhos fechados e, provavelmente, essa imagem seja a maior expressão de sua fragilidade e de sua estreita dependência dos cuidados externos, seja da mãe e dos seres humanos para sua sobrevivência. O Tato, o olfato e o paladar são sentidos adquiridos desde o nascimento e são imprescindíveis para a sobreviviência dos filhotes nos primeiros dias. Nesta fase todo o comportamento está fundamentado em reflexos. Reflexo de termotropismo positivo (dirigir-se em direção ao calor), é essencial para estabelecer o vínculo com a mãe; reflexo de estimulação do focinho (faz com que o animal empurre com o focinho quando é estimulado por contato a seu redor); reflexo de sucção (reflexo labial que provoca a sucção ao colocar em contato com os lábios um objeto que possa lembrar o mamilo.); reflexo anogenital (a lambedura da mãe ou contato suave com o corpo úmido estimulará a micção e a defecção). Durante a primeira semana, os filhotes geralmente mamam a cada 1 ou 2 horas e periodicamente a mãe os lambe estimulando os reflexos de micção e defecação. Os filhotes praticamente dedicam a totalidade de seu tempo dormindo (90%). É interessante manipular os filhotes nesta idade para o desenvolvimento psicológico. Uma lactação correta é suficiente, mas também são importantes as condições ambientais e os casos de animais órfãos. As principais causas de problemas nesse perído são: Hipóxia; processos congênitos ou hereditários; ambientais; higiene; má-nutrição; hipoglicemia; imunodeficiências; falhas no comportamento materno, traumas, canibalismo; infecções bacterianas e virais. Para prevenir esses tipo de problemas é muito importante um acompanhamento pré-natal (controlar a saúde da mãe visando a saúde do feto, através de exames ultrasonográficos acompanhar o crescimento do feto);examinar toda a ninhada, estar atendo a higiene, condições ambientais, verificar se todos os filhotes estão mamando, se está havendo produção suficiente de leite; comportamento da mãe (ansiedade, nervosismo). Procure um Médico Veterinário para examninar toda ninhada, juntamente com a mãe, dentro das primeiras 36 horas após o parto.

Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291





segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Obesidade em cães e gatos

A obesidade em cães e gatos é um dos maiores problemas de saúde que enfrento em minha prática profissional.  A obesidade é sim uma doença e vem crescendo cada vez mais. A causa da obesidade na maioria das vezes é a alimentação exagerada, que gera armazenamento de gordura resultando em obesidade.  Deparamos-nos com diferentes tipos de proprietários alguns desorientados que não sabem corretamente a quantidade e tipos de alimentos que devem fornecer a seu animal; proprietários que agem como se alimentar seu animal fosse um trabalho doméstico automático; tem aqueles que acham que a alimentação é uma atividade preenchedora do tempo e que ao se alimentarem tornam-se incapazes de não compartilhar esse momento com seu animal e acabam lhes oferecendo restos alimentares, petiscos ao recorrer do dia. Deparo-me também com aqueles que são cientes do risco e não dão importância mesmo orientados acham que seu animal é saudável e “fofinho”. Obesidade não é saúde e muito menos beleza, e sim uma doença que pode levar há vários desarranjos. Doenças endócrinas, cardiovasculares, ortopédicas, hepáticas e dermatológicas, gatos podem desenvolver lipidose hepática (gordura no fígado). O único alimento que os animais precisam é ração de qualidade de acordo com sua faixa etária, pois é balanceada corretamente e contém tudo que eles necessitam. Algumas raças são predispostas a desenvolver obesidade como Labrador, Cocker Spaniel, Dachshund, Basset Hound, Beagle e outros. Alguns fatores do animal também podem predispor como idade, inatividade, castração. Cabe a nós Médicos Veterinários orientar os proprietários e reeducá-los, assim teremos animais com melhor qualidade de vida aumentando sua longevidade.

Dra. Mallize Gonçalves      
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

domingo, 17 de outubro de 2010

Ehrlichiose Canina

É uma doença de caráter endêmico em nossa região é causada por uma bactéria chamada Ehrlichia canis, que parasita os leucócitos ( células de defesa) é transmitida pelo carrapato infectado durante o repasto saguineo.Na fase aguda o animal apresenta sinais clínicos como: febre, falta de apetite, aumento dos linfonodos, secreção nasal, dificuldades respiratória e indisposição. Na fase subclínica o animal apresenta somente alterações hematológicas, já na fase crônica há a incapacidade de resposta imune (por esta baixa resposta imunológica o animal fica sujeito a infecções oportunista como pneumonia, artrite, meningoencefalite entre outras), nesta fase crônica  o animal também pode apresenta fraqueza, depressão, perda de peso e hemorragias. O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais, pelos sinais clínicos e exame físico realizado pelo Médico Veterinário. O tratamento é  através de administração de antibiótico específico e terapia suporte como a fluidoterapia, transfusão sanguinea e estimulação do apetite.

Por estarmos em uma região endêmica a prevenção é de imensa importância e é feita através do uso de carrapaticidas, hoje em dia existem diversas apresentações desde pipetas que são instiladas no dorso do animal até  coleiras, consulte o veterinário pois ele indicara o produto ideal para cãozinho. 

Carrapato Rhipicephalus sanguineus
Lethicia Y. O. Ohara
Médica Veterinária
CRMV-SP 27201

sábado, 16 de outubro de 2010

Castrar ou não castrar?

Inúmeros proprietários ao adquirir um cão ou gato não sabem ao certo o que é a castração, suas vantagens e desvantagens. Muitos tem uma visão de que a castração deixará seu animal "bobo" que "deixará de ser bravo" ou que é um procedimento que "judiará de seu animal", "que é necessário seu animal ter uma cria" ou seja verdadeiros mitos! A castração apresenta diversas vantagens, entre elas:


- diminuição do risco de adquirir um câncer de mama, de útero ou ovários;
- eliminação de cios e crias indesejáveis;
- eliminação de pseudociese (gestação psicológica);
- eliminação de infecções uterinas e distúrbios hormonais;
- elimina riscos de problemas de próstatas;
- elimina riscos de tumores em regiões genitais de machos e fêmeas;
- melhora o comportamento do macho ansioso que late a todo momento;
- melhora comportamentos de micção dos machos que gostam de marcar território;
- ameniza comportamento de fugas e brigas


Caso não tenha intenção de reproduzir suas fêmeas, castrar antes do primeiro cio diminui-se o risco para 0,05 de adquirir um câncer de mama no futuro, risco real que presencio no dia a dia. Já os machos podem ser castrados após 4 meses de idade. A castração engorda? Não a castração não engorda, o que acontece é que o animal diminui suas atividades físicas devido a eliminação dos hormônios, ficando mais preguicoso, portanto, necessitando mais de exercicíos e quantidades menores de alimentação.


Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291