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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Doença Articular Degenerativa (DAD)


Articulação radio-ulnar de um cão apresentando formação óssea periarticular, consistente com DAD (Universidade da Georgia, 2003)


A Doença Articular Degenerativa é um distúrbio progressivo crônico das articulações que provoca lesão a cartilagem articular e alterações degenerativas e proliferativas nos tecidos periarticulares. Instabilidade articular, trauma e doenças ortopédicas do desenvolvimento são as causas mais identificadas. Os sinais clínicos de DAD são em geral insidiosos no início e restritos ao sistema musculoesquelético, sem sinais sistêmicos associados. Claudicação e rigidez podem ser no início evidentes apenas por períodos de esforço excessivo e podem piorar com o frio e a umidade. Cães acometidos de forma leve podem apresentar melhora da claudicação com o exercício. À medida que a DAD progride, a fibrose e a dor levam a diminuição da tolerância ao exercício, claudicação constante e, em casos graves, atrofia muscular. Tanto uma quanto várias articulações podem ser acometidas. 

O diagnóstico é baseado em histórico, achados do exame físico e nos aspectos radiográficos característicos (efusão articular, esclerose do osso subcondral, estreitamento de espaço articular, formação de osteófitos periarticulares, etc.). O achado clínico pode revelar dor na articulação, diminuição da amplitude do movimento, crepitação na flexão e extensão articular e as vezes edema articular apreciável. Uma condição predisponente é frequentemente identificada, como trauma, ruptura de ligamento de suporte, má conformação ou deformidade congênita. Animais com DAD não exibem febre, leucocitose ou prostação, comumente vistas em animais com doença articular inflamatória. 

O objetivo do tratamento é aliviar o desconforto e prevenir degeneração adicional. A intervenção cirúrgica pode ser necessária para estabilizar a articulação ou corrigir deformidade e aliviar desconforto. A redução de peso pode diminuir a carga de estresse que atua na articulação. O repouso ajuda a diminuir o desconforto associado às exacerbações agudas da doença. Exercícios de alto impacto devem ser evitados, enquanto exercícios de baixo impacto, realizados com moderação, como natação e andar com guia, são recomendados para manter a força e mobilidade do animal. Alguns exercícios de fisioterapia também são benéficos. 

Tratamentos medicamentosos diminuem a degradação da cartilagem articular, inibem a liberação de mediadores inflamatórios e controlam a dor. Os antiinflamatórios não esteroidais (AINEs) são recomendados por seus efeitos analgésicos e anti-inflamatórios. É preferível a escolha de uma droga que iniba COX-2 com relativa proteção COX-1 pois fará o controle da inflamação, resultando menos danos à mucosa gástrica ou toxicidade renal. Agentes condroprotetores orais e injetáveis (sulfato de condroitina, glicosamina), podem melhorar a atividade biossintética da cartilagem, diminuir a inflamação sinovial e inibir as enzimas degradativas intra-articulares. Em teoria, para se alcançar o máximo de benefício de todos os produtos, esses devem ser administrados antes da instalação da DAD. Portanto, podem ser indicados para o tratamento de cães que sofreram trauma ou submetidos a cirurgia sabidamente causadores de lesão a cartilagem articular.


Qualquer alteração em seu animal, procure um Médico Veterinário.




Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Então é Natal!!!


Nossas cestas estão lindas e aguardando os sorteados!! Quem será o lindo cãozinho e o lindo gatinho que irá ganhar??? Nosso sorteio será realizado dia 23/12/2010. Postaremos aqui os vencedores!!

Boa sorte!!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Cardiomiopatia Dilatada Congestiva (CDC)




É uma doença miocárdica primária que é caracterizada pelo aumento de tamanho das câmaras cardíacas, disfunção contrátil sistólica e sinais clínicos de insuficiência cardíaca congestiva (ICC). A etiologia não é muito bem entendida, alguns citam predisposição familiar, outros citam lesões miocárdicas produzidas por diferentes agressões, possibilidades de fatores nutricionais como a deficiência de carnitina, até possibilidades de agentes virais ou de hipotireoidismo. A deficiência de contratilidade é o mecanismo desencadeante de todas as respostas clínicas, resultante das alterações do transporte de cálcio, ocasionando arritmias cardíacas, redução do débito cardíaco e da pressão arterial. Algumas formas clínicas especiais tem sido descritas em algumas raças de cães de grande porte  como, Doberman, Boxer, nesses animais apresenta-se na sua forma clássica, com aumento de tamanho do átrio e ventrículo esquerdos. Muitos animais sobrevivem de forma assintomática por longos períodos de tempo até surgimento dos sinais clínicos de edema pulmonar, efusões (ascite), fraqueza, letargia, sonolência, caquexia cardíaca, alguns animais tendem a apresentar sinais agudos síncope, dispnéia e choque cardiogênico. O diagnóstico é baseado em histórico clínico sugestivo associado a predisposição racial, sinais clínicos de insuficiência cardíaca, alterações à ausculta cardíaca (arritmias, sopros), radiografia torácica, eletrocardiografia e ecocardiografia. O tratamento depende do tipo de insuficiência cardíaca, mas geralmente é baseado em repouso, dieta hipossódica, diuréticos, inotrópicos positivos, vasodilatadores, antiarrítmicos, etc. 

Qualquer alteração em seu animal, procure um Médico Veterinário.



Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sarna Sarcóptica (escabiose canina)



A escabiose canina, também conhecida como sarna sarcóptica é uma doença infecto contagiosa, causada pelo parasita Sarcoptes scabiei, que provoca escavação superficial da pele. Pode infectar humanos e gatos, é comum ocorrer em animal com histórico prévio de permanência em abrigos de animais, contatos com cães de ruas ou visitas à exposição. Produz substâncias alergênicas que provocam reações de hipersensibilidade intensamente pruriginosa (coçeira) em cães saudáveis ou filhotes. A transmissão é feita através de contato direto, ambientes contaminados, fômites (escovas, caminhas, etc) e o início dos sintomas podem aparecer em até 3 meses. As lesões  mais comuns incluem prurido intenso à grave, pápulas, crostas, hiperceratose, escamação, eritema, escoriações, alopecia (queda do pêlo). Inicialmente as regiões com menos pêlos é atingida, jarretes, cotovelos, extremidades de pavilhão auricular, região ventral do abdomen, tórax e axilas. Nos casos crônicos as lesões podem se espalhar pelo corpo, resultando em infecções secundárias, perda de peso e debilidade. 

O diagnóstico é baseado em histórico, sinais clínicos, resposta ao tratamento com escabicidas, reflexo oto-podal (esfregação da borda da orelha entre o polegar e dedo indicador resulta em um ato de coçar) é altamente sugestivo de escabiose, a microscopia com raspados de pele em regiões de lesões também é indicada, porém podem ocorrer falsos-negativos, nem sempre encontra-se o ácaro na lâmina. 

O tratamento é feito com banhos escabicidas (amitraz, monossulfiram), o uso de xampus anti-sépticos, anti-seborréicos ou anti-fungicos é necessário para remoção de crostas ou casos de infecções secundárias, necessário também tratamentos tópicos associados (fipronil, selamectina, moxidectina) e medicações anti-parasitárias (ivermectina) injetáveis ou orais. No caso de infecções secundárias fazer tratamento associado. É importante fazer a desinfecção do ambiente (canil, quintal, abrigos) com parasiticida, pois o parasita é altamente contagioso e pode infectar ocasionalmente humanos e gatos.

Qualquer alteração em seu animal, procure um Médico Veterinário

Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Carrapatos e seu controle

Rhipicephalus sanguineus
Carrapatos são artrópodes da ordem ácaros, ectoparasitas hematófagos, responsáveis pela transmissão de doenças aos animais e humanos.Seu habitat é geralmente aonde existem seres humanos e animais (pois se alimentam de sangue). Existem várias espécies de carrapatos, porém a de maior relevância para nós clínicos de pequenos animais é a espécie Rhipicephalus sanguineus. Este tipo de carrapato tem como hospedeiro preferido o cão, podem também parasitar outros tipo de animais domésticos. As fêmeas podem por 200 a 3000 ovos por dia. Estes carrapatos na fase adulta podem sobreviver até 19 meses. Suas infestações nos cães podem provocar leves irritações e até severas anemias, pode atacar qualquer parte do corpo, porém é mais comum orelhas, membros e regiões interdigitais, é considerado o principal transmissor da Erliquiose e Babesiose canina, doenças graves que podem matar, se não diagnosticas precocemente. 

O controle contra carrapatos deve ser feito com carrapaticidas eficazes (sprays, pipetas, banhos pulverizadores), a repetição destes produtos podem ser mensais ou até quinzenais no caso de grandes infestações. São eficazes:
Frontline plus (carrapatos e pulgas)
Advantage max 3 (carrapatos, pulgas e moscas)
Promeris Duo pipeta (carrapatos e pulgas)
Fiprolex (carrapatos e pulgas)
Estes produtos matam os carrapatos que estiverem no corpo do animal pela ação de contato.

Existem as coleiras carrapaticidas que são boas opções também, estas podem ser deixadas por meses, porém só matam quando o carrapato picar o animal. Gosto de indicar a Kiltix (Bayer) pela durabilidade e eficácia, a Scalibor (age também contra o mosquito transmissor da Leishmaniose) e a Preventic (um pouco menos duradoura, porém eficaz).

Além do controle no animal é fundamental o controle no ambiente em que ele vive, através de pulverização com produtos piretróides, é aconselhável retirar o animal do ambiente, para não correr o risco de intoxicação, deve-se ter cautela para uso destes produtos, pois podem ser tóxicos para nós e para o animal. Estes carrapatos gostam de lugares altos, janelas, frestas de portas, cantos de paredes, deve-se pulverizar todos estes locais, inclusive a casinha do animal e grama. O uso de vassoura de fogo também é muito eficaz para o ambiente externo, sua vantagem é de não apresentar riscos de intoxicação.

O controle rotineiro eficaz no animal e no ambiente combate o ectoparasita. Qualquer alteração como falta de apetite, apatia, fraqueza, procure um Médico Veterinário.



Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291