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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Comportamento Destrutivo Canino

O comportamento destrutivo canino é um das queixas mais comuns, pois resulta em danos a casa, lesõs ao animal e enfraquecimento da ligação família-animal. Mastigações, arranhaduras e escavações são sinais clínicos que podem ocorrer por várias razões. Em alguns casos membros da família contribuem para o problema, ao proporcionarem objetos não apropriados para o cão mastigar e não proporcionarem objetos apropriados suficientes. A mastigação é um comportamento normal em cães filhotes, que são investigativos, enérgicos e muito brincalhões. A mastigação inapropriada por parte de filhotes pode ser resultado de exploração, brincadeira, caça, fome e tentativa de fuga de um confinamento, e as vezes pode ser resultante de etiologias mais sérias e complexas como ansiedade de separação, fobia, compulsão, etc.

Comportamentos destrutivos por parte de cães jovens, é em geral, um problema de "controle". Boa parte do dia de vigília de um cão envolve brincadeiras, exploração, alimentação e mastigação, portanto, a mastigação destrutiva não é incomum e deve ser esperada pelos proprietários. Danos persistentes refletem a falta de treinamento e controle por parte do proprietário. Alguns cães aprendem a pegar e mastigar itens para obter a atenção do proprietário e se envolver em jogos de perseguição.

O tratamento é relativamente direto. Um vez que os problemas de mastigação surgem, o proprietário deve assegurar que o animal tenha oportunidades e objetos apropriados para mastigar, estimulação física adequada, uma quantidade correta de supervisão e confinamento apropriado, conforme o exigido. Brinquedos mastigáveis para cães só serão bem-sucedidos na redução do problema se o cão realmente o mastigar, deve ser oferecido vários brinquedos para determinar quais o animal prefere. O animal deve ser estimulado a interagir com o brinquedo e ser recompensado cada vez que ele o mastigar. Brinquedos feitos de couro cru encorpado, náilon e borracha durável são os mais práticos, pastas de carne podem ser ligeiramente passadas sobre o brinquedo para estimular o interesse. Deve-se ter entre 8 e 10 brinquedos, mas não devem ser oferecidos de uma vez, faça uma troca periodicamente, ajudará que animal sempre tenha brinquedos novos e interessantes. Elogie-o quando mastigar um brinquedo com discrição. Exercite seu animal diariamente, para que ele gaste suas energias. Para evitar que o animal mastigue objetos não apropriados anteriormente mastigados, uma dica é fazê-los ter sabor ruim por meio de aplicação de uma pequena quantidade de óleo de citronela ou um spray anti-mastigação industrializados. Armadilhas como alarmes, também podem ser bem-sucedidas. É inaconselhável o uso de qualquer tipo de punição que envolva golpes ou ameaças ao animal.

A melhor maneira de evitar mastigação destrutiva é prorporcionar aos cães brinquedos mastigáveis apropriados e ensiná-los desde cedo, quais itens são seus para mastigar e quais não são. Além de exercícios diariamente para que gastem sua ampla energia. Como a ansiedade também pode estimular os cães a serem destrutivos, estes devem ser tratados de imediato.

Cães não podem discenir com facilidade quais objetos são aceitáveis para mastigar e quais não são. Isso pode ser desafiador se os proprietários brincarem com jogos do tipo "cabo-de-guerra" com toalhas ou meias, ou outros pertences domésticos. Não se deve oferecer ao cão nenhum pertence doméstico.



A receita para o sucesso de treinamento é: Tempo, Paciência e Dedicação!!


Boa sorte!





Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291


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Fonte: Landsberg G., et al - Problemas Comportamentais do Cão e do Gato

sexta-feira, 25 de março de 2011

Cão chama os jornalistas e salva a sua companheira - Sismo/Tsunami Japão


Isso sim é solidariedade, e deveria servir de exemplo para muitas pessoas!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Piometra



A piometra é caracterizada por um conteúdo purulento e de variados graus de infiltrado celular inflamatório no útero. É um distúrbio grave, potencialmente letal, devido a septicemia (infecção generalizada) e toxemia (presença de toxinas) que podem se desenvolver rapidamente.  O que desencadeia a piometra ainda não está completamente compreendido. Apesar de a progesterona ter um papel claro no desenvolvimento, essa não é a única explicação. A invasão bacteriana, presumivelmente de origem da flora vaginal, é um importante fator desencadeante. Eschericia coli é o organismo mais comumente isolado de cadelas e gatas com piometra.A piometra é mais comum em cadelas do que em gatas. Idade, terapia hormonal anterior constituem os fatores de risco para desenvolvimento da piometra, as terapias hormonais prévias com contraceptivos, aumentam o risco de piometra. A piometra é classificada em aberta ou fechada, podendo apresentar ou não corrimento vulvar. O grau de aumento uterino é variável. 

Piometra (fonte: www.provet.blogspot.com

Os sinais clínicos são evidenciados no pós cio,os mais comuns são corrimento vulvar purulento ou sanguinolento, letargia (estado de sono prolongado), anorexia, desidratação e vômitos. Febre é relatada em 20% a 30% das cadelas e gatas. O diagnóstico é baseado em sinais clínicos, ultrassonografia e exames laboratoriais. O diagnóstico diferencial mais importante para a piometra é a gestação. A maioria das cadelas e gatas com piometra são de meia-idade ou velhas e podem ter doença renal preexistente e com a isso a toxemia pode levar a uma insuficiência renal grave. A piometra pode induzir uma glomerulonefrite por deposição de imunocomplexos. O tratamento da piometra deve ser rápido e agressivo. Septicemia, toxemia podem se desenvolver e ruptura uterina também pode ocorrer. Antibioticoterapia e fluidoterapia devem ser iniciadas o quanto antes. O tratamento de escolha para piometra é a ovário-histerectomia (castração). Mesmo com o tratamento alguns animais vem a óbito devido aos graves danos metabólicos decorrentes da piometra. Alguns proprietários optam pela não castração, devido ao uso do animal para reprodução. Em casos assim, o tratamento clínico pode ser eficaz, porém esse tratamento não cirúrgico não é indicado, pois a piometra pode ter recorrência. 


Qualquer alteração em seu animal procure um Médico Veterinário!




Dra. Mallize Gonçalves 
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291 

quarta-feira, 16 de março de 2011

Sarna Otodécica (De Ouvido)



É uma doença causada pela infestação de um ácaro Otodectes cynotis, que habita a superfície cutânea e os condutos auditivos. É comum em cães e gatos, com maior incidência em filhotes de gatos. Gatos adultos frequentemente são portadores assintomáticos (não apresentam sinais clínicos). Nota-se acumulo discreto o a acentuado de exsudato ceruminoso ou crostoso de coloração marrom-escura a preta nos condutos auditivos (semelhante a borra de café). A secreção auricular pode se tornar purulenta (pús) se houver otite bacteriana secundária. Os sinais clínicos são prurido intenso (coçeira) o que resulta de alopecia secundária (falta de pêlos) e escoriações nas orelhas e cabeça. Movimentos de agitação da cabeça podem resultar em oto-hematoma. Ocasionalmente, pode haver infestação na pele e ocasionar erupções, prurido, pápulas e crostas. 


Ácaro Otodectes cynotis
O diagnóstico é feito através de exame clínico, otoscopia direta (visualização do ácaro no conduto, pequenas partículas brancas em movimento), reflexo aurículo podal positivo (gatos) e microscopia. O tratamento é feito com parasiticidas otológicos específicos (dose, frequência e duração indicados pelo médico veterinário.), limpeza dos condutos auditivos para remoção de cerúmen acumulado, pode se tentar o tratamento com parasiticidas tópicos para pele para tratar possíveis infestações secundárias. O prognóstico é bom. Ácaros de orelhas são altamente contagiosos para outros gatos e cães, portanto é indicado tratar os animais que tiveram contato com animais contaminados. Ocasionalmente humanos podem-se infectar. Qualquer alteração em seu animal procure um médico veterinário.


Cerúmen marrom-escuro (borra de café)




Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291





(Fonte: Dermatologia de Pequenos Animais. São Paulo:Roca, 2003)

quarta-feira, 2 de março de 2011

Diabetes Melito canina

A Diabetes Melito é um distúrbio endócrino comum em cães. Nos cães é comum a ocorrência da DM tipo 1 (dependente de insulina), sendo rara a ocorrência da DM tipo 2 (não pedendende de insulina). As predisposições genéticas, a destruição imunomediada das células beta, os fatores ambientais como agentes infecciosos, doenças e drogas insulino-antagônica, a obesidade induzindo a resistência à insulina e a destruição de células beta, secundárias à pancreatite, são os fatores potenciais predisponentes. A deficiência da insulina é responsável pela manifestação clínica da diabetes melito resultando no aumento da glicose na corrente sanguínea (hiperglicemia). 

A maioria dos cães tem entre 4 e 14 anos no momento diagnóstico e as raças mais predispostas são poodle, yorkshire, schnauzer, lhasa apso, etc. As cadelas são mais afetadas do que os machos, geralmente cadelas diabéticas não castradas é indicada a castração, devido a presença de hormonios que podem antagonizar a insulina. Os cães diabéticos geralmente apresentam quatro tipos de sinais clínicos clássicos poliúria (aumento frequência urinária), polidipsia (aumento da ingestão de água), polifagia (aumento da ingestão de alimentos) e perda de peso (pela diminuição da glicose nos tecidos). Esses sinais podem passar despercebido pelos proprietários ou serem considerados irrelevantes. Geralmente o proprietário traz o animal por causa da cegueira com início súbito causada pela catarata ou por causa do desenvolvimento de sintomas agudos de doenças sistemas (decorrente da cetonemia e da cetoacidose metabólica). 

Catarata madura secundária a Diabetes
Fonte: www.marvistavet.com
O diagnóstico da DM é baseado na presença de sintomas clínicos associados a evidente hiperglicemia (jejum) e glicosúria (glicose na urina). Uma avaliação clínica completa de rotina é recomendada após o diagnóstico da DM, para que se possa identificar qualquer doença que possa estar causando ou contribuindo para o estado diabético. Uma avaliação laboratorial mínima deve incluir: hemograma completo, bioquímica sérica, urinálise com cultura bacteriana, ultrasonografia abdominal para verificar a existência de  pancreatite, adrenomegalia, piometra, alterações hepáticas, etc. Após o diagnóstico de DM estabelecido, os cães devem ser considerados como DMID devendo-se iniciar o tratamento com insulina. A dieta, exercícios físicos e o tratamento com insulina são pontos chaves do tratamento. Existem diversos tipos de insulina com origens diferentes (suína, humana, bovina) e tipos diferentes (intermediária, lenta, ultra-lenta). As de origem bovinas não são indicadas em cães devido o risco da formação de anticorpos anti-insuliníco (ocasiona ineficácia da insulina). As de primeira escolha geralmente são as intermediárias (NPH ou lenta), suína  ou humana. As dose variam com a necessidade de cada paciente, geralmente inicia-se com menor dose e sempre antes da alimentação. A adaptação ao tratamento com insulina pode levar tempo e a necessidade da realização da curva glicêmica é feita para ajustar doses. A correta armazenagem, conservação, modo aplicação são fundamentais para eficácia da insulina. 


O fator da dieta tem como objetivo tratar ou prevenir obesidade, minimizar o aumento da glicemia pós-prandial e manter as necessidades calóricas diárias, o alimento ideal é aquele que apresenta maior porcentagem de fibras, carboidratos digeríveis, com diminuição de gordura e proteína adequada. Encontramos diversas rações comerciais balanceadas para animais diabéticos entre elas Hill's s w/d, Royal Canina diabetic, etc. O exercício é fundamental para perda de peso e diminuição da resistência à insulina. O cão diabético deve ser monitorado rotineiramente para complicações comuns (cataratas, infecção urinária, pancreatite, cetoacidose, lipidose hepática) e complicações de tratamento (efeito somoghyi, hipoglicemia e persistência dos sinais)  avaliação de sinais clínicos e satisfação do proprietário. É importante a realização de exames laboratorias como curva glicêmica (método ideal para avaliar a glicose), dosagem de frutosamina (proteína que se liga a glicose e age como "espião" desta no sangue). A chave para o sucesso no tratamento da DM é baseada em saber explicar e ensinar, fazer revisões periódicas e ter paciência!







Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291



(Fonte-Manual de Endocrinologia Canina e Felina (Mooney,Peterson)

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Melanoma


Melanomas são proliferações neoplásicas malignas de melanócitos que frequentemente acometem os cães e raramente se desenvolvem em outras espécies. Os cães com idade variando de 3 a 15 anos podem ser acometidos, mas a incidência maior desses tumores ocorre entre 9 e 13 anos. Os fatores etiológicos dos tumores melanocíticos em cães não estão bem definidos. No homem acredita-se que o melanoma seja induzido por exposição solar aguda precedida de um longo período sem exposição. O melanoma trata-se de lesão pigmentada na pele, podendo exibir padrões morfológicos distintos, que podem variar entre lesão ulcerada, lesão em placa, mácula, nódulos ou tumor. O melanoma tem origem em melanócitos e apresenta atividade juncional marcante. O melanoma pode conter melanina ao redor de 80% e ser amelanótico nos 20% restantes. Os melanomas causam metástase nos linfonodos regionais e nos pulmões, não sendo comum em outros locais. Pode-se tentar a extirpação cirúrgica, e a resposta ao tratamento cirúrgico varia com o tipo de tumor e a localização. Os melanomas respondem de maneira regular e a maioria apresentam um prognóstico ruim. A quimioterapia não é efetiva com nenhum fármaco nos tipos de câncer da cavidade bucal com potencial de metástase. Alguns autores citam a combinação de doxorrubicina e ciclofosfamida com alguma resposta em cães. 

Atendemos um Cocker Spaniel de 10 anos de idade, macho, apresentando nódulo em lábio superior com aspecto ulcerado aparência de cacho de uva, acastanhado, cerca de 3 cm. Proprietário relatou que o nódulo cresceu em 4 meses. Animal não apresentou ao exame clínico nenhuma alteração. Foram coletados exames laboratoriais e os resultados foram satisfatórios. Foi sugerida a retirada cirúrgica com margem e avaliação histopatológica do nódulo. O resultado foi de Melanoma com presença de melanina. Foram pesquisadas evidências de metástase, ausentes até o momento. Foram solicitadas avaliações semestrais para realização de exames. Foram feitas modificações na alimentação e acrescentado suplementação com Omega 3 e Arginina. O animal se encontra bem e até o momento não houve recidivas e nem metástases.




Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

sábado, 12 de fevereiro de 2011

A Despedida de um Cão


      "Neste momento só tenho que lhe agradecer...agradecer por ter me acolhido, ter cuidado de mim a vida toda,  me proporcionado momentos felizes e inesquecíveis, me dado uma família, um lar, essas lembranças levarei comigo aonde eu estiver!!
    Obrigado pela infinita paciência você me ensinou a ser um cão obediente...obrigado por ter perdoado tantas estripolias, tantas destruições, fiz tantas coisas erradas em seu tapete (era mais forte do que eu aquele cheiro me atraía muito), destruí tantos sapatos novos, arranhei tanto seu carro na tentativa de subir no banco (os passeios de carro eram meus prediletos), e o pior de todos era os buracos que fazia no seu quintal, cavando cavando, ahh aquele cheiro da terra eu me divertia enterrando meus brinquedos! 
    Você para mim sempre foi a pessoa mais importante, colocava meu alimento, me escovava, me oferecia água sempre fresquinha e me deu muito, muito carinho....
     Eu contava as horas todos os dias esperando você chegar do trabalho para te receber com muitas lambidas e pulos, algumas vezes você não tinha tempo para mim, mas sempre compreendi a pessoa ocupada e a vida corrida que tinha....
    Quantos passeios pelas manhãs de domingo, e como eu te arrastava de tanta ansiedade para ver os amigos da rua, as vezes arranjava confusão e você me salvava com uma varinha, você dizia que eu não tinha tamanho para enfrentar aqueles cães fortes!! 
   E os banhos de esguicho que você me dava, ah eu amava a água fresca escorrendo no meu pêlo, e a melhor parte era de me chacoalhar e te molhar inteira,  eu não gostava daquele xampu que ardia meu nariz e nem do perfume que me fazia espirrar, espirrar....
     Você nunca me deixou faltar nada e cuidava de mim como um filho e uma pessoa da família!!
  Obrigada por tantos cuidados e preocupações, tantas idas ao veterinário, tudo bem que eu tinha medo daquele homem de branco e de cheiro estranho que todas vez me dava agulhadas, fazia algumas coisas estranhas em mim, mas você sempre dizia que era para o meu bem, então me sentia seguro...
   Os anos se passaram, envelheci e hoje adoeci, sei que agora não tem volta e nem recuperação, sinto que estou partindo, minha respiração está fraca, minhas patas estão enfraquecidas, não consigo mais levantar, não consigo te enxergar como antes, só sinto que está por perto me acariciando. Peço que não chore, nfelizmente meu tempo de vida é muito mais curto que o seu e não poderei ser teu companheiro pela vida toda...
  O que mais me conforta depois de tantos anos de convivência é que transformei você em uma pessoa melhor, mais sensível, amiga, amorosa e solidária. O mundo seria melhor se todas as pessoas tivessem um bichinho de estimação, descobririam o verdadeiro significado de amizade, fidelidade e pureza !! 
  Muitas pessoas não compreendem nossa missão aqui na terra, que é transformar vocês humanos em pessoas melhores, muita gente não enxerga que somos seres puros e inocentes e nos encaram de forma totalmente errada!! E é apenas isso que somos seres puros, inocentes e cheios de amor para dar, muitas vezes vocês humanos que nos transformam em seres agressivos, indóceis e amargos como muito de vocês!!
   Já eu só tenho a agradecer a vida digna e feliz que me destes e lhe faço o último pedido  nunca deixe meu espaço vazio, se puder o preencha com outro ser como eu, não para me substituir, mas para continuar minha missão de tornar você cada vez melhor e especial!!" Jamais te esquecerei aonde eu estiver, obrigado!!




Escrevi este texto como uma forma de consolo para meus clientes que perdem seus animaizinhos, essa situação é muito triste e embaraçosa, e é nosso papel consolar e amenizar essas pessoas que fazem parte de nossa vida!! 



Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Doença Intestinal Inflamatória

A DII hoje é reconhecida como uma das causas mais comuns de vômitos e diarréias em cães e gatos. O termo doença intestinal inflamatória descreve um grupo de doenças intestinais crônicas que são caracterizadas por uma infiltração difusa dentro da lâmina própria por várias populações de células inflamatórias, incluindo linfócitos, plasmócitos, eosinófilos, neoutrófilos e macrófagos. As doenças inflamatórias mais diagnosticadas em gatos são a enterite linfocítico-plasmocítica, a enterite linfocítica benigna e a colite linfocítico-plasmocítica. Em cães, os tipos mais comuns de DII são a enterite linfocítico-plasmocítica e a colite linfocítico-plasmocítica. As causas definitivas da DIIC em animais permanece desconhecida, as causas mais pesquisadas incluem respostas imunes inadequadas de mucosa, alterações de hipersensibilidade da mucosa, influências dietéticas e microorganismos intestinais. Ocorre mais frequentemente em cães e gatos de meia-idade a idosos. Um dos sinais clínicos mais comuns observados é o vômito, nas doenças intestinais inflamatórias, o vômito é reconhecido como uma ocorrência intermitente por semanas, meses ou anos, quase sempre acompanhado de ânsias, podendo ser fluido claro, biliar ou espumoso, o sangue está raramente presente, se presente pode indicar envolvimento gastrico concomitante (ex. erosões, corpos estranhos, gastrite, neoplasia). Muitos pacientes com DII suave têm uma rotina diária sem mostrar qualquer sinal de desconforto em relação aos episódios de vômito. O segundo sinal mais comum é a diarréia, ela pode ser o sinal mais comum em cães, podendo ser um único sinal clínico ou ocorrer em conjunto com vômitos intermitentes. A diarréia pode ser aguda ou crônica, sendo a última mais comum avalidada, que é responsiva ou temproariamente responsiva a alterações na dieta ou no tratamento sintomático não específico. Deve-se identificar primeiramente se o processo diarreico afeta o intestino delgado, intestino grosso ou ambos. Diarréias do intestino delgado são caracterizadas por grandes quantidades de fezes de consistência mole, volumosas ou aquosas, podendo ocorrer perda de peso e alterações clínicas graves de desidratação, anorexia, apatia e esteatorréia.  As diarréias de origem do intestino grosso são de consistência mole, viscosa, listras intermitentes de sangue fresco podem estar presentes, quantidade pequenas de fezes, com aumento na frequência de tentativa de defecar, defecções em locais anormais, a maioria dos pacientes com diarréia limitada de intestino grosso permanecem ativos e alertas, com apetite normal e não perdem peso. Outros sinais clínicos podem estar presentes como alterações em atitude, atividade, perda de apetite, perda de peso, etc. O diagnóstico diferencial de doenças similares deve ser feito, ex. giardíase crônica, hipertireoidismo, sensiblilidade alimentar, supercrescimento bacteriano, insuficiência pancreática exógena, pitiose, deficiências de cobalamina, etc. Um diagnóstico definitivo de DIIC pode somente ser feito através de biópsia do intestino. Outros testes são feitos para avaliar a condição do paciente e para descarte de outras doenças, hemograma, perfil bioquímico completo, urinálise, coproparasitológicos, mensuração da tiroxina sérica (gatos) e testes para FIV, FELV (gatos). Endoscopia é um importante teste para avaliar a mucosa. Radiografias e Ultrasonografias auxiliam no diagnóstico. O tratamento depende de cada caso, geralmente é feito através de terapia alimentar, drogas imunossupressoras, antibioticoterapia (casos com infecções bacterianas). Animais em tratamento com drogas imunossupressoras à longo prazo devem ser monitorados através de hemograma quanto aos efeitos e complicações. Os casos de DIIC podem ser controlados por longos períodos, porém podem ter recidivas,  necessitando de novos tratamentos.

Qualquer alteração em seu animal procure um Médico Veterinário.



Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Pancreatite aguda


A pancreatite aguda é uma enfermidade que resulta da inflamação súbita do pâncreas e que pode ser fatal em sua forma mais severa. Tipicamente acomete cães e gatos de meia idade, embora indivíduos muito jovens ou muito idosos também possam ser acometidos. As raças Terrier, Schnauzer miniatura e os gatos domésticos parecem ser os mais predispostos à pancreatite aguda. São várias as causas de pancreatite, desde dieta com alto teor de gordura, obesidade, traumas, hipercalcemia, medicamentos (ex. brometo de potássio, azatioprina, asparaginaseinfecções, porém na maioria dos casos ela é idiopática (desconhecida). Algumas doenças endócrinas concomitantes (hipotiroidismo, hiperadrenocorticismo ou diabetes melito) aumentam o risco de pancreatite grave fatal em cães. Os sinais clínicos são dor abdominal marcante, anorexia, vômitos, desidratação, até um quadro final de "abdome agudo",  insuficiência potencial de vários órgãos e CID. Deve-se fazer o diagnóstico diferencial para outras causas de abdome agudo especialmente corpos estranho ou obstrução intestinal. Alguns pacientes apresentam a clássica "posição de rezar", mas nem sempre é patognomônico para pancreatite. Exames laboratoriais de rotina (hemograma, bioquímicos e urinálise) tipicamente não auxiliam no diagnóstico específico, porém é muito importante realizá-los em todos os casos, pois propiciam importante informação quanto ao prognóstico e auxiliam no tratamento efetivo. Os testes catalíticos para amilase e lipase e imunoensaios de imunorreatividade são os exames mais específicos  para o pâncreas. Ultrassonografia, análise de fluido abdominal e histopatologia também são utilizados. O tratamento é baseado na gravidade da doença, a pancreatite aguda é uma enfermidade muito severa, com altas taxas de mortalidades e requer cuidados intensivos. Quadros mais moderados podem ser controlados com fluidoterapias e analgésicos. Casos com causas desencadeantes conhecidas deve ser tratada ou removida. Qualquer alteração em seu animal procure um Médico Veterinário.




Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Dermatofitose canina (tinha canina)

Dermatofitose em um cão
A dermatofitose canina é uma dermatopatia  comum causada por um fungo ceratinofílico. Sua incidência é altamente variável em todo mundo, sendo que temperaturas mais quentes e alta umidade favorecem a infecção por dermatófitos. Em cães, a dermatofitose geralmente é causada por Microsporum canis, Trichophyton mentagrophytes e Microsporum gypseum. Microsporum canis é o organismo comumente mais isolado. A transmissão ocorre via contato direto com pêlos e escamas de gatos infectados e com fômites contaminados. Geralmente é uma dermatopatia autolimitante em cães saudáveis, uma vez que a resposta inflamatória do hospedeiro é capaz de eliminar a infecção. Cães com imunidade comprometida apresentam maior risco de desenvolver a infecções generalizadas ou crônicas. A dermatofitose canina é uma doença com potencial zoonótico (transmitida ao homem). A face e os membros torácicos são os locais acometidos com mais frequência, as lesões são alopécicas, geralmente circunscritas  com suas bordas eritematosas e crostosas, os pêlos se apresentam quebradiços e espessos. O prurido (coçeira) e a dor são notados em casos de infecções mais intensas. Cães filhotes são mais predispostos, já predileção por sexo ou raça nunca foram determinados estatisticamente. O diagnóstico é feito através de cultura para dermatófitos, biópsia ou histopatologia, é importantíssimo o diagnóstico diferencial para outras dermatopatias dentre elas as principais são: foliculite bacteriana superficial, piodermatite, etc. É muito comum o diagnóstico errôneo. O tratamento é longo (média de 30 a 60 dias), é feito através de fungicidas (cetocanazol, itraconazol, miconazol) tópicos (banhos), ou orais dependendo da gravidade da infecção, o tratamento com antiinflamatórios e antibióticos é necessário nos casos de infecções secundárias.
Dermatofitose em humanos


Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Posto de doações vítimas Rio

Estamos atuando como posto de doações para as vítimas das enchentes no Rio. Estamos recebendo mantimentos, alimentos, sapatos, etc. As doações serão recebidas asté 29/01 o qual serão encaminahdas para um posto oficial em Campinas. Doem, colaborem ! Nosso endereço: R. Joaquim Pinto Andrade, 88. Jd. Botânico.