É uma doença causada pela infestação de um ácaro Otodectes cynotis, que habita a superfície cutânea e os condutos auditivos. É comum em cães e gatos, com maior incidência em filhotes de gatos. Gatos adultos frequentemente são portadores assintomáticos (não apresentam sinais clínicos). Nota-se acumulo discreto o a acentuado de exsudato ceruminoso ou crostoso de coloração marrom-escura a preta nos condutos auditivos (semelhante a borra de café). A secreção auricular pode se tornar purulenta (pús) se houver otite bacteriana secundária. Os sinais clínicos são prurido intenso (coçeira) o que resulta de alopecia secundária (falta de pêlos) e escoriações nas orelhas e cabeça. Movimentos de agitação da cabeça podem resultar em oto-hematoma. Ocasionalmente, pode haver infestação na pele e ocasionar erupções, prurido, pápulas e crostas.
O diagnóstico é feito através de exame clínico, otoscopia direta (visualização do ácaro no conduto, pequenas partículas brancas em movimento), reflexo aurículo podal positivo (gatos) e microscopia. O tratamento é feito com parasiticidas otológicos específicos (dose, frequência e duração indicados pelo médico veterinário.), limpeza dos condutos auditivos para remoção de cerúmen acumulado, pode se tentar o tratamento com parasiticidas tópicos para pele para tratar possíveis infestações secundárias. O prognóstico é bom. Ácaros de orelhas são altamente contagiosos para outros gatos e cães, portanto é indicado tratar os animais que tiveram contato com animais contaminados. Ocasionalmente humanos podem-se infectar. Qualquer alteração em seu animal procure um médico veterinário.
Ácaro Otodectes cynotis |
Dra. Mallize Gonçalves
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.291
(Fonte: Dermatologia de Pequenos Animais. São Paulo:Roca, 2003)
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